As notícias vindas dos Estados Unidos não são boas para os produtores brasileiros. A safra norte-americana de soja deverá atingir o recorde de 110,5 milhões de toneladas.
Já a de milho evolui ainda mais e vai a 385 milhões de toneladas, conforme dados do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Clima favorável e consequente aumento de produtividade são os responsáveis por esse incremento.
No caso da soja, os preços podem não sofrer grandes reflexos, uma vez que o órgão norte-americano também elevou a demanda da safra 2015/16, que termina agora em final de agosto.
Os brasileiros, que terão uma safra com custos mais elevados e provavelmente um dólar menos favorável na hora da venda, terão também uma maior concorrência externa.
No caso da soja, a pressão sobre os preços poderá ser menor. O aumento de demanda diminui o estoque de passagem para a safra 2016/17.
A relação estoque-consumo é de apenas 8,2%, segundo Daniele Siqueira, analista da AgRural.
O mesmo não ocorre com o milho, cuja oferta cresce não apenas nos Estados Unidos mas também na Argentina, dois tradicionais exportadores do cereal.
Com a isenção de impostos nas exportações, o cereal ganha a preferência dos argentinos no plantio. Após produzir 28 milhões de toneladas de milho nesta safra, os argentinos deverão colher 36,5 milhões na próxima, segundo o Usda.
A relação entre estoque e consumo no milho será de 16,6%, uma margem que poderá influenciar os preços, segundo Siqueira.
Os Estados Unidos terão produtividades recordes na safra 2016/17. A de soja sobe para 3.289 quilos por hectare — 54,8 sacas. Já a de milho chega a uma média de 11 mil quilos por hectare — 183 sacas.
Fonte: http://goo.gl/J0Sngk